A região metropolitana do Recife enfrenta em 2025 o ano mais violento para pessoas em situação de rua desde o início do monitoramento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado. Entre 1º de janeiro e 10 de junho, ao menos 12 pessoas nessa condição foram baleadas, todas vindo a óbito em decorrência dos ataques. O número é três vezes maior que o registrado no mesmo período do ano ado, quando quatro pessoas foram atingidas — duas delas morreram e duas ficaram feridas.
Os dados de 2025 não apenas superam os registros de 2024, mas também estabelecem um recorde dentro da série histórica acompanhada pelo instituto. Em 2019, por exemplo, foram contabilizadas cinco vítimas, com três mortes e dois feridos. Já em 2020 e 2022, não houve registros de pessoas em situação de rua baleadas. Em 2021, foi registrada uma morte, enquanto 2023 contabilizou dois homicídios.
Entre os casos de 2025 está o de Júlio César da Silva, de 25 anos, morto a tiros em 25 de maio no bairro Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes. Ele figura entre as vítimas mais recentes dessa escalada de violência que tem vitimado, de forma sistemática, indivíduos em situação de extrema vulnerabilidade social.
O levantamento evidencia o agravamento da insegurança para essa população, alertando autoridades e sociedade civil para a necessidade urgente de políticas públicas de proteção e prevenção à violência contra pessoas em situação de rua.
